quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A espera!

Visto o tamanho que usa,
não serei capaz de vestir...
Como me fugiu as arestas,
das curvas em reta...

Sou palco do ator que chora,
pois seu camarim é exclusivo,
o grande público me aplaude,
já não mais satisfaz...

A palavra faz falta,
argumenta o grande texto,
já não tem significado,
solicita o discurso...

Alma sentida, sem direção,
fica na esquina do sentido,
sai o vento soprando a poeira,
e junto vou seguindo...

Me faz olhar de novo o todo,
sem tocar, o que se permite,
fica o todo a espera,
do não sei, o que mais esperar...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Chuva!

Quando penso que as
folhas vão caindo,
logo penso no outono,
mas o tom parece mais
de inverno...

Momento de frio, a chuva
se desprende do céu, bem
fina...

Os rostos ficam
levemente molhados...

Sentimento mais coberto,
buscando o calor de
um sincero afago...

Volta o cheiro
que incendeia...

A distância dos tempos
é o fator preocupante,
volta o bom homem
a caminhar com seu
guarda-chuvas aberto...

Espera o choro do céu...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cheia!

Cheia já não é mais,
chora a garoa da noite.
Perdido, seu uivo se
alastra, corre entre as
pedras...

Tão solitário caminha,
essa noite sem sombra...

Olhares brilhantes de
pálpebras fechadas...

Esse caminho, já não,
tem mais saída...

Não há mais luz para
olhar o que sopra atrás...
Mas o que faz tudo
estar tão quente?

As garras e dentes
já não ferem mais...

Este apenas observa a
sua amada lua, nova,
voltar...

sábado, 7 de agosto de 2010

Coisas!

Que são tão lindas...
Que são tão frágeis...
Que são tão sensíveis...
Que são tão amáveis...

Quais são tão lindas...
Quais são tão frágeis...
Quais são tão sensíveis...
Quais são tão amáveis...

Quem são tão lindas...
Quem são tão frágeis...
Quem são tão sensíveis...
Quem são tão amáveis...

Querem ser tão lindas...
Querem ser tão frágeis...
Querem ser tão sensíveis...
Querem ser tão amáveis...

Sempre serão...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Como seria?

Como seria a noite...
Como seriam os luares...
Como seria o frio...
Ao por de cada dia, faltariam pequenos sentimento em nós
Sumiriam as felicidades ao dormir
A vontade não mais se tornaria esperança
O dia, aquele dia correria
E tempo só funcionaria no marcar
Andaríamos sem rumo ao horizonte
Assim quando atravessar a rua, aonde chegará?
Sem razões...
Ou se mesmo nos movêssemos?
Simples fato...
Que amanhecer...
Qual?
Quando o coração bateria mais forte?
Quando não mais conseguiria olhar...
Calor humano...
Ah, que temperatura...
Vida, fazer o que?
Problema seria amor...
Magia, cuidado com sua cabeça?
Mundo das guilhotinas...
Pereceriam aqueles que algum dia apaixonadamente viveu...
Minhas palavras nada valem...
Sou só o encanto da libertação...
Esperança de um nada, que é tudo e que será...
Poesia de vazio, completo...
Ops! Como sou homem...
Poderei descrever o que amanhã...
Sempre será!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Canto da noite solitário

Ainda sinto seu calor
passo a noite a perder...
Ainda sinto seu cheiro
a brisa há de me levar...
E a bela imagem que tinha
a escuridão vem apagar...

O silêncio toma conta do repertório
As cores deixam de ser vivas
A Lua se torna sua luz

Fecha os olhos
Se deita devagar
Se encosta
Espera o mundo aparecer
Pede seu desejo

Lua, única amiga da noite
Estrela, maior platéia
Mar, comanda a música

Assim chega o toque do sonho
Aparece o dia
Tudo volta tão real
Apenas fantasias passam
Temores só até o susto

Volto a sentir seu calor
Desejo intenso
Seu cheiro me toma
Estar perto
Bela imagem que me aparece
Te olhar...

domingo, 1 de agosto de 2010

Seu

O amanhacer é o sinal do tempo,
andar pelas ruas define o passo,
olhar a lua lembra o passado,
que os detalhes me deixam atento...
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Cumpro minha jornada,
por máguas já passadas,
que em poucas e pequenas piscadas,
hoje não as perderia por nada...
___
Precisarei de uma vida sem amor,
impossível crer em seu partir,
por entre os dedos despir,
o que hoje mais me causa dor...
___
Sei sim no futuro mas brilhante,
que numa cama descansa,
de um calor que nunca se cansa,
nosso olhar se tornar radiante...
___
Oh, minha pequena menina,
ao som de amantes,
em signos e palavras cortantes
resta o sorriso que me incrimina...
___
Serei sempre seu,
dos pequenos detalhes dançantes,
amor por dias incessantes,
fazendo do nosso, sempre meu...

Sombra

Seria a sombra da paixão
ou o efeito do anoitecer do sentimento,
a qual momento recorrer,
se nem a que pequena santa sei querer...
___
São infinitos caminhos traçados,
e poucos sinais ao longo,
não há placa de contra mão,
nem mesmo origem e destino.
___
O horizonte se torna o principal,
o céu relata todo o percurso,
mas a direção só o vento,
porque sombra já não tem...
___
De onde vem o sol que sinto,
da alma que emana calor...
Será a voz calada do setimento?
A que ego feroz de rancor...